"Proteger o tubarão-azul da ameaça dos barcos"
"Investigador português apresentou estudo sobre o comportamento desta espécie. O objectivo é descobrir que medidas devem ser tomadas para a sua protecção. A preservação do tubarão-azul é o objectivo de um estudo que Nuno Queiroz iniciou em Maio e com o qual quer traçar um "mapa" virtual para identificar os locais onde os barcos de pesca se cruzam com este peixe. Os primeiros resultados foram apresentados no Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que ontem começou no Centro de Congressos em Lisboa e que se prolonga até quarta-feira. O investigador português, de 31 anos, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, está a investigar as movimentações desta espécie, que nos últimos 15 anos perdeu 90% dos exemplares no Atlântico Norte. "Fala-se muito das baleias e dos golfinhos, mas pouco se diz sobre os tubarões", explicou ao DN, justificando assim uma das razões por que optou por estudar os tubarões-azuis. Ao monitorizar o comportamento desta espécie e ao seguir os barcos de pesca por satélite, Nu-no Queiroz pretende formar um "mapa" virtual das interacções entre os tubarões e os barcos. Ou seja, identificar zonas críticas onde estes encontros mais acontecem. "O estudo ainda é recente. São precisos mais dados. No futuro, o que se pretende é perceber a eficácia de medidas de gestão. Isto é, reduzir a frota é suficiente? É necessário criar zonas marinhas de protecção?", questionou o investiga- dor, que procura as respostas a estas questões. Até ao momento, 40 tubarões foram monitorizados nas costas do Algarve e de Inglaterra. Foram colocados transmissores que têm a duração de quatro meses, disse Nuno Queiroz. E ao fim desse tempo soltam-se dos tubarões e regressam à superfície para depois serem analisados pelos especialistas."
Fig.1: Tubarão-azul