Diversidade de tubarões
Existe uma grande variedade de tubarões, cerca de 350 espécies no mundo. Cada espécie de tubarão possui características e morfologias que os distingue uns dos outros.São essas diferenças que tornam a Natureza tão complexa mas muito bonita e digna de ser preservada!
Espécies mais conhecidas e as suas características mais relevantes:
Tubarão-frade
Cetorhinus maximus
Ordem: Lamniformes
Os tubarões-frade são animais enormes, cujas dimensões são ainda mais notáveis tendo em conta a sua dieta exclusiva de plâncton. Geralmente nadam com a boca enorme aberta, filtrando partículas de alimento enquanto se movem.
Os tubarões-frade costumam ser avistados na superfície, perto da costa, e são bastante tolerantes à presença de seres humanos, o que os transformou em alvo fácil de baleeiros durante muitos anos.
Como muitas outras espécies de tubarão, os tubarões-frade têm sofrido a intensa pressão da indústria da pesca. Eles são muito rentáveis para as frotas pesqueiras devido a seu enorme tamanho – um único animal pode render uma tonelada de carne e 400 litros de óleo, e o seu fígado, rico em vitaminas, pode chegar a representar 20% do peso total do tubarão. Os tubarões-frade são protegidos por lei em vários países.
Tamanho máximo:12 metros / 7.000kg·
Distribuição: Águas temperadas e árcticas em todo o mundo. Muito raros em regiões tropicais.
Dieta: Plâncton, compostos tipicamente por larvas invertebradas, pequenos crustáceos e ovas de tubarão.
Reprodução: Não se sabe ao certo, mas acredita-se que sejam ovovivíparos, com longos períodos de gestação e poucas crias.
Cação-azul
Prionace glauca
Ordem: Carchariniformes
O cação-azul está entre os tubarões mais comuns e amplamente distribuídos do mundo. Costumam ser avistados em alto mar e, ocasionalmente, em águas costeiras. São conhecidos pelas suas incríveis habilidades migratórias.
O cação-azul é muito popular na pesca desportiva e costuma ser alvo de pescadores em barcos. Mas a verdadeira ameaça vem dos barcos pesqueiros comerciais, que abatem cerca de 20 milhões de cações, por ano. A maioria das barbatanas usadas nas sopas de barbatana de tubarão, na Ásia, vêm do cação-azul.
Tamanho máximo: 3,8 metros
Distribuição: Em todo o mundo, em águas temperadas e tropicais, especialmente em mar aberto.
Dieta: Pequenos peixes ósseos e lulas.
Reprodução: São vivíparos e geram entre 20 e 50 crias.
Tubarão-branco
Carcharadon carcharias
Ordem: Lamniformes
O enorme e majestoso tubarão-branco é um dos maiores predadores do oceano e é o tubarão mais conhecido em todo o mundo.
O tubarão-branco é um dos tubarões com maior distribuição, devido em parte à sua capacidade de manter a temperatura do corpo mais elevada do que a do ambiente que o rodeia, o que lhe permite sobreviver, facilmente, mesmo em águas muito frias. Embora seja, raramente, avistado em águas costeiras, ele costuma ser encontrado por pescadores e mergulhadores. Conhecido pela sua curiosidade – os tubarões-brancos costumam erguer a cabeça para fora da água –, ele gosta de explorar e morder objectos estranhos, o que o torna perigoso para os humanos. Muitos especialistas em tubarões acreditam que os ataques a humanos sejam resultado desse comportamento exploratório, que pode facilmente tornar-se fatal devido aos seus dentes muito afiados e à força das suas mandíbulas. Os tubarões-brancos são responsáveis pelo maior número de ataques fatais a humanos, principalmente, a surfistas e mergulhadores.
A população de tubarões-brancos está a diminuir e eles são actualmente protegidos em várias partes do mundo. Mesmo assim, ainda são pescados excessivamente. Existe um mercado negro especializado em mandíbulas e dentes destes magníficos animais.
Tamanho máximo: Mínimo 6,1 m / 1.250 kg
Distribuição: Em mares tropicais e temperados do mundo inteiro.
Dieta: Peixes (incluindo outros tubarões), focas, golfinhos, carcaças de baleias, lulas, tartarugas e pássaros marinhos.
Reprodução: Espécies ovovivíparos. Entre 5 a 10 crias por ninhada. Os filhotes de tubarão-branco são conhecidos por comerem os seus irmãos mais fracos dentro do útero da progenitora.
Pata-roxa
Scyliorhinus canicula
Ordem: Carcharhiniformes
O pata-roxa, às vezes chamado de caneja, é uma das menores e mais abundantes espécies de tubarões encontradas na região do Atlântico Norte. Embora, seja parente próximo de muitas espécies que atingem comprimentos maiores, como o tubarão-martelo, o tubarão-tigre e o tubarão-baleia, o pata-roxa só cresce até cerca de 1 metro e pesa no máximo 3 quilos. No entanto, ele partilha muitas características dos seus parentes.
As fêmeas do pata-roxa põem até dois ovos de cada vez (até oito por semana) durante a época de reprodução. Os ovos são depositados dentro de cápsulas, que muitas vezes acabam por chegar à costa, nas praias ou rochedos.
Tamanho máximo: 1 m / 3 kg
Distribuição: Atlântico Norte, do norte da Europa ao sul do Senegal. Também pode ser encontrado no Mediterrâneo.
Dieta: Pequenos moluscos, crustáceos, pequenos peixes e lulas.
Reprodução: Espécies ovíparas
Tubarão-martelo
Sphyrna zygaena
Ordem: Carchariniformes
Os tubarões-martelo são, facilmente, identificáveis pela sua cabeça em forma de martelo. Há cerca de dez espécies de tubarões-martelo espalhados pelo mundo inteiro, algumas das quais atingem até mais de 6 metros de comprimento.
O tubarão-martelo é uma das espécies mais comum, formando grandes cardumes que habitam águas pouco profundas. Ninguém sabe por que razão a cabeça do tubarão-martelo evoluiu para este curioso formato. Para alguns biólogos, este formato proporciona-lhes uma vantagem sensorial na localização de presas, enquanto outros acreditam que ajuda a manter o tubarão em equilíbrio dentro de água. As barbatanas do tubarão-martelo representam uma iguaria muito apreciada na Ásia oriental.
Tamanho máximo: cerca de 5,5 m / 400 kg
Distribuição: Águas temperadas do mundo inteiro, do sul do Canadá ao Chile e Nova Zelândia.
Dieta: Peixes, crustáceos e cefalópodes.
Reprodução: Vivíparos. Entre 20 e 40 crias por ninhada.
Tubarão-baleia
Rhincodon typus
Ordem: Orectolobiformes
O maior de todos os tubarões e o maior peixe vivo conhecido, o tubarão-baleia, com o seu tamanho enorme e a sua grande boca é, facilmente, reconhecível, podendo ser visto perto da superfície em muitas águas tropicais ou subtropicais do mundo inteiro.
Os tubarões-baleia alimentam-se, principalmente, de plâncton, embora também comam, regularmente, cardumes de pequenos peixes e lulas. Ao contrário dos tubarões-frade que, simplesmente, filtram enormes quantidades de água enquanto nadam, os tubarões-baleia sugam as suas presas antes de filtrá-las.
Aparecem, regularmente, nos mesmos locais e em determinadas épocas do ano, provavelmente, para aproveitar certos acontecimentos, como o aparecimento regular de plâncton. Por esta razão, tornaram-se o centro de uma grande indústria de ecoturismo, em algumas partes do mundo, principalmente, na costa ocidental da Austrália, onde os mergulhadores fazem fila para ter a oportunidade de nadar junto com estes animais maravilhosos.
Os tubarões-baleia estão protegidos por lei, em alguns países, mas são muito pescados em outros, principalmente em Taiwan e Filipinas. Mais de 100 tubarões-baleia são mortos, anualmente, somente em Taiwan, o que causa sérias preocupações quanto ao futuro de um peixe que, cresce lentamente e que demora muito tempo para atingir a maturidade.
Tamanho máximo: Podem atingir os 20 metros e pesam mais de 12 toneladas.
Distribuição: Todos os mares temperados quentes e tropicais, exceto o Mediterrâneo.
Dieta: Zooplâncton, pequenos peixes, lulas.
Reprodução: Espécies vivíparas, com um número de crias variado. Um exemplar em Taiwan continha mais de 300 crias, o maior número já encontrado num tubarão.
Tubarão-anequim
Isurus oxyrinchus
Ordem: Lamniformes
O tubarão-anequim, também conhecido como tubarão-mako, é famoso pela sua velocidade impressionante, que pode chegar a 60 quilômetros por hora. Altamente valorizado por pescadores desportivos, os anequins são famosos pela habilidade em dar saltos.
Como nadam muito rápido, os tubarões-anequins são capazes de perseguir peixes velozes, como o atum e o peixe-espada, além de outros tubarões.
Tamanho máximo: 3,8 metros / 570kg.
Distribuição: Águas temperadas em todo o mundo, especialmente perto da costa, mas também ocorre em águas profundas tropicais.
Dieta: Peixes, especialmente espécies oceânicas, como o atum, o agulhão e o peixe-espada, além de outros tubarões.
Reprodução: São ovovivíparos e geram entre cinco e dez crias. As crias mais fortes são conhecidas por devorar os seus irmãos menos desenvolvidos dentro do útero da mãe.